A Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) ganhou mais tempo para retirar os escombros da ponte que caiu há nove anos no Rio Santo Antônio, em Guia Lopes da Laguna.
A Justiça, que havia determinado a retirada dos entulhos em 31 de janeiro de 2019, aceitou a justificativa do órgão estadual de que ainda é preciso esclarecer pontos da perícia na obra que colapsou. Terminada as contestações sobre o laudo pericial, a agência informa que vai precisar de mais 90 dias para abrir licitação e contratar a empresa que fará a retirada do concreto.
Com 72 metros de comprimento, cinco metros de largura e custo de R$ 1,3 milhão, a ponte sobre o Rio Santo Antônio colapsou em 2 de janeiro de 2016. Num festival de falhas, a obra desmoronou num efeito dominó.
Além do prejuízo financeiro, o MPE (Ministério Público Estadual) foi incisivo ao alertar para os danos ambientais. O Santo Antônio é tributário do Rio Miranda e a ponte desabou a 3,5 quilômetros do encontro dos rios.
“Em apertada síntese graves são as consequências ao meio ambiente decorrente dos escombros da ponte no leito do rio: a) obstrução do leito do rio provoca formação de bancos de areia e consequente assoreamento do rio; b) obstrução do leito do rio veda o curso natural das águas; c) obstrução do leito do rio prejudica a reprodução dos peixes (piracema); d) obstrução do leito do rio prejudica sócio e economicamente a população ribeirinha que vive da pesca e do turismo do Rio Santo Antônio e do Rio Miranda”.
Inaugurada em abril de 2012, a ponte ficava na MS-382, em Guia Lopes da Laguna, até cair para espanto geral. A estrutura de concreto armado pré-moldado substituiu uma travessia de madeira. Mas a obra foi executada em ponto onde o barranco já tinha processo erosivo, como mostra imagem de satélite do ano de 2007. Com o colapso, o governo processa a Wala Engenharia, que executou a obra, e Beto Mariano, ex-servidor da Agesul.