Dourados, 16 de Julho de 2025

ELEIÇÕES 2026: NOVO DESENHO POLÍTICO E A SOBREVIVÊNCIA DOS PARTIDOS
ELEIÇÕES 2026: NOVO DESENHO POLÍTICO E A SOBREVIVÊNCIA DOS PARTIDOS
ELEIÇÕES 2026: NOVO DESENHO POLÍTICO E A SOBREVIVÊNCIA DOS PARTIDOS

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Criada pela minirreforma eleitoral de 2017, a cláusula de barreira já se mostra um dos principais vetores de transformação do sistema partidário brasileiro, o mecanismo tem como objetivo reduzir a fragmentação partidária no Brasil.

Com a proximidade das eleições de 2026, ao menos 11 partidos enfrentam o risco real de desaparecer da cena institucional caso não cumpram as exigências legais de desempenho. E é nesse contexto que o debate sobre federações ganha nova dimensão: mais do que uma alternativa de ocasião, elas se tornaram um imperativo estratégico.

A regra é clara: para manter acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda no rádio e na televisão, as legendas precisarão eleger pelo menos 13 deputados federais ou conquistar 2,5% dos votos válidos para a Câmara em pelo menos nove estados, com um mínimo de 1,5% em cada um. Caso contrário, estarão condenadas à invisibilidade política e ao encolhimento orgânico.

Diante desse cenário, o que se impõe é a necessidade de construir federações inteligentes, duradouras e com identidade programática mínima, capazes de resistir às turbulências do calendário eleitoral e aos personalismos regionais. Isso exige mais do que simples soma de números: exige maturidade política, coerência ideológica e, acima de tudo, disposição para o diálogo e a negociação. Os quadros que formação as chapas precisam se completar, evitando a disputa interna de votos.

O caso do PSDB, por exemplo, é emblemático. Federado ao Cidadania (Antigo PPS) desde 2021, o partido vê a aliança ruir por dentro, fruto de incompatibilidades que colocam em xeque a coesão exigida por esse modelo. As tratativas com siglas como PSD e MDB não avançaram, revelando a dificuldade de compor alianças realmente funcionais e orgânicas. A migração do governador Eduardo Leite do Rio Grande do Sul e da governadora do Pernambuco, Raquel Lyra para o PSD é o sintoma mais visível dessa crise.

Hoje, apenas sobrevive no PSDB, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel e uma estrutura mínima no Senado. Após o fracasso da fusão com o Podemos, os tucanos terão o maior desafio da história do partido: sobreviver a 2026. A fusão, embora mais drástica, pode garantir não apenas sobrevivência institucional, mas um novo ciclo de reinvenção partidária — desde que seja construída com responsabilidade, diálogo e foco no futuro, o que não foi muito bem engendrado no caso do Cidadania.

Superar o desafio da cláusula de barreira não é apenas uma questão de sobrevivência administrativa. É uma questão de projeto político. O Brasil precisa de partidos fortes, representativos e conectados com as demandas sociais. E para isso, será preciso muito mais do que resistir: será preciso construir alianças sérias, com visão de longo prazo.

O tempo das legendas solitárias está chegando ao fim. O novo ciclo exige um novo pacto entre partidos. E esse pacto começa com inteligência política, compromisso democrático e disposição real para fazer das federações mais do que meras estratégias de emergência — mas instrumentos sólidos de representatividade e governabilidade.

Fonte: Plantão do MS

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