Dourados, 16 de Julho de 2025

EMPRESÁRIO PAGOU PROPINA R$ 15 MIL PARA RECEBER R$ 200 MIL DA MERENDA
EMPRESÁRIO PAGOU PROPINA R$ 15 MIL PARA RECEBER R$ 200 MIL DA MERENDA
EMPRESÁRIO PAGOU PROPINA R$ 15 MIL PARA RECEBER R$ 200 MIL DA MERENDA

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O empresário Mauro Mayer da Silva, da Zellitec Comércio e Serviços, pagou propina de R$ 8 mil a R$ 15 mil para ganhar a licitação da merenda escolar em Água Clara. O dinheiro era distribuído entre as funcionárias envolvidas no certame e a secretária municipal de Finanças, Denise Rodrigues Medis, conforme a investigação do Ministério Público Estadual.

Com base na denúncia, o juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, decretou a prisão de Mauro Mayer, de Denise e das funcionárias municipais de Água Clara, Ana Carla Benette e Jânia Alfaro Socorro. Elas foram presos na Operação Malebolge, deflagrada pelo GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) no dia 18 deste mês.

O desembargador Fernando Paes de Campos, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, revogou a prisão preventiva dos acusados de integrar a organização criminosa que vinha desviando recursos das prefeituras de Água Clara e Rochedo.

Sob o comando da prefeita Gerolina Alves (PSDB), o grupo fraudou várias licitações, como da merenda, de compra de cestas básicas e fraldas. O esquema de desvio começou a ser desvendado com a Operação Turn Off, que investigou desvios nas secretarias estaduais de Educação e de Saúde.

A Zellitec venceu a licitação para fornecer merenda para Água Clara. Após liberar o pagamento de uma nota fiscal no valor de R$ 200 mil, Ana Carla, conforme o despacho do magistrado, pede que o empresário pague R$ 15 mil de vantagem indevida.

Em outra conversa interceptada, a funcionária orienta ao empresário a entregar menos para a prefeitura para compensar o pagamento por outro. “Só manda 50 caixas de sulfite, diminui 50 caixas aí”, orienta Ana Carla.

Em outra conversa, ela pede R$ 8 mil que iria repassar para a responsável pelo cofre do município. “Com a documentação acostada aos autos, a servidora Ana Carla demonstra ter uma ‘posição chave’ entre o empresário Mauro e demais servidores, inclusive com a secretária de Finanças Denise Rodrigues, pois os diálogos entre eles apontam para uma suposta distribuição das vantagens ilícitas”, pontuou Ferreira Filho.

“Ana Carla teria solicitado ao empresário Mauro a quantia de R$ 8.000,00 (oito mil reais) para repassar para Denise e ele, às fls. 80 e seguintes, teria confirmado o repasse”, destacou o magistrado, no despacho que decretou a prisão das mulheres.

Em outra conversa, Ana Carla deixa claro que é a responsável por liberar o dinheiro para o empresário. “Ontem ela (Denise) tava louca procurando a dotação para as suas notas da merenda que eu fiz 200 mil. Me perguntou porque aumentou”, disse a funcionária.

Após orientar Mayer a enviar o relatório das notas direto para o celular da secretária, Ana Carla pressente o temor da chefe. “Ela está com medo, eu senti. De tipo, o povo perceber que ela manda paga suas notas direto. E a empresa não cobra entendeu”, afirmou.

“Ah entendi. Que bom que ela tá com rabo preso agora”, gabou-se o empresário.

Conforme a investigação, os contratos investigados em Água Clara e Rochedo superam R$ 10 milhões.

Fonte: O Jacaré

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