Dourados, 13 de Julho de 2025

NEGACIONISTA DO FEMINICÍDIO, MILEI QUER ELIMINAR CONCEITO DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO
NEGACIONISTA DO FEMINICÍDIO, MILEI QUER ELIMINAR CONCEITO DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO
NEGACIONISTA DO FEMINICÍDIO, MILEI QUER ELIMINAR CONCEITO DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO

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O governo argentino elabora um projeto de lei para eliminar do Código Penal o conceito de feminicídio. Isso porque o presidente Javier Milei considera que “o feminismo radical é uma distorção do conceito de igualdade”, conforme declarou, em alto e bom som, durante o Fórum de Davos.

Sendo assim, estão em risco também todas as regulamentações sobre discriminação positiva, que asseguram cotas de participação feminina em empregos públicos e listas eleitorais.

A ideia de Milei é abolir conquistas aprovadas por unanimidade em 2012, quando o conceito foi incorporado ao Código Penal, penalizando com prisão perpétua o homem que mata uma mulher pela violência de gênero. O presidente argentino diverge da legislação.

“Chegamos ao ponto de normalizar que, em muitos países supostamente civilizados, se alguém mata uma mulher isso se chama feminicídio e acarreta uma pena mais grave do que matar um homem apenas por causa do sexo da vítima. Legalizamos, de fato, que a vida de uma mulher vale mais que a de um homem”, argumenta Milei.

A realidade é bem diferente no país, que registrou, em 2024, 267 crimes praticados — o que equivale a um homicídio a cada 33 horas. Se a tipificação do feminicídio desaparecer do Código Penal, como deseja Milei, a Argentina se juntará a Cuba e Haiti como únicos países da América Latina que não criminalizam a violência de gênero.

No pacote está incluída também a revogação da Lei de Identidade de Gênero, a exemplo do que ocorre nos EUA sob o governo Trump. Ou seja, a definição de apenas dois gêneros nos documentos oficiais — masculino e feminino.

“Feminismo, diversidade, inclusão, equidade, imigração, aborto, ambientalismo, ideologia de gênero, entre outros, são cabeças de uma mesma criatura cujo propósito é justificar o avanço do Estado através da apropriação e distorção de causas nobres”, advogou Milei em Davos, ampliando a sua guerra cultural argentino. Nas suas palavras, o movimento woke é um câncer que deve ser removido.

“Milei nega a violência que nos mata diariamente e tenta apagar o progresso que o feminismo e a sociedade como um todo fizeram em termos de legislação para tornar o machismo extremo visível e puni-lo. Violar as leis e a Constituição é um crime”, afirma a ONG Mumalá (Mujeres de La Matria Latino-Americana).

Em minoria no Congresso, o partido A Liberdade Avança, do presidente, precisa do apoio de aliados para aprovar reformas, como a deste projeto denominado “Igualdade de Gênero”, e conta com a oposição do peronismo, que aprovou a lei de 2012.

Uma mudança neste cenário pode acontecer apenas a partir de outubro, quando serão renovados 127 dos 257 assentos da Câmara e um terço do Senado nas eleições legislativas.

Fonte: g1.globo.com

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