Dourados, 13 de Julho de 2025

Xandão prova que STF não é “puxadinho” do Planalto ou do Congresso
Xandão prova que STF não é "puxadinho" do Planalto ou do Congresso
Xandão prova que STF não é "puxadinho" do Planalto ou do Congresso

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A canetada veio como um raio no céu de brigadeiro fiscal. Alexandre de Moraes, o mesmo ministro que Bolsonaro jurava ver preso em algum futuro paralelo da república das milícias, suspendeu tanto o decreto de Lula que aumentava a alíquota do IOF quanto a decisão do Congresso que anulava o próprio decreto. Pau nos dois. E mais: convocou Executivo e Legislativo para sentarem juntos e tentarem resolver como gente grande, no dia 15 de julho, sob supervisão do Supremo.

A decisão foi técnica, mas o recado político é direto: aqui tem Constituição. Tem regra. E tem freio.

Mais interessante, porém, foi ver os bolsonaristas do PL — que assinaram uma das ações contra o decreto de Lula — elogiando o ministro que até ontem era “ditador de toga” e “inimigo da liberdade”. Pois é, quando a decisão te favorece, o Xandão vira Alexandre, o Iluminado.

Sim, o bolsonarismo é assim: cospe no prato da democracia, depois lambe quando vê que é ela quem serve o banquete.

A FALÁCIA DO ARTIGO 142
Para os que ainda usam camiseta amarela, bandeira nas costas e fé cega no “artigo 142”, convém ler — ou, vá lá, pedir para alguém ler em voz alta. Não há uma linha sequer ali autorizando intervenção militar ou golpe preventivo. O artigo trata do papel das Forças Armadas sob a autoridade dos três Poderes, e não acima deles.

Ou seja, não tem botão mágico para salvar o mito. O que tem é julgamento. E sentença. E inelegibilidade — aquela mesma que o Supremo confirmou com base em fatos, provas, voto aberto e fundamentado.

Achou ruim? Apresente recurso. Não tem? Vá estudar.

SUPREMO NÃO É PALANQUE, NEM TRIBUNAL DE TORCIDA
A decisão do IOF mostra um STF que age não com base em paixões ou aplausos, mas na liturgia constitucional. Moraes travou o decreto de Lula, freou o Congresso e mandou que as partes se entendam. Fez o que se espera de uma Suprema Corte: garantir o equilíbrio dos Poderes e o respeito às regras do jogo.

Isso não é ativismo. Isso é ser juiz.

Ativismo é o que fazem aqueles que querem “anistia para o Alexandre de Moraes” como moeda de troca para livrar Bolsonaro da cadeia. Isso sim é golpe, e dos mal ensaiados.

O AVISO ESTÁ DADO
Aos que ainda creem que a inelegibilidade de Bolsonaro é reversível “porque Deus, Pátria e Família”, um conselho: cuidado com a volta do cipó de aroeira. A decisão sobre o IOF é só um lembrete de que o Supremo continua firme — e, mais importante, coerente.

Coisa rara num Brasil onde a coerência foi vendida num leilão da Codevasf.

PARA FECHAR COM O RELINCHO DO BOM SENSO:
“Supremo não é lugar de se berrar com megafone, nem onde se fala em línguas de seita. É lá que se diz o que é lei — e o que não é delírio coletivo.”

Fonte: Contraponto MS

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